domingo, junho 27, 2010

Ao encontro

Sou um nada no meio de um tudo? Ou um tudo no meio do nada ?

Sou simplesmente alguém, alguém real, alguém de carne e osso.Sem superficialismo ou perfeccionismo. Sou vida, sou o azul do céu, o gosto salgado do mar, a brisa da praia.
E eu me perco, e me procuro, as vezes me escondo, mas estou me encontrando! Indo de  encontro ao meu ser, ao meu eu.
Eu quero viver, quero sonhar, quero gritar do alto de uma pedra no meio do nada. Quero dizer que chorei, que sofri, mas encontrei a felicidade, felicidade real! Que encontrei vida, encontrei sentimento. Quero ser de verdade, quero fases, quero ouvir músicas tristes nos dias de fossa. Quero rir que nem bobo alegre em um dia de euforia.
Quero ter amigos, inimigos talvez. Quero poder escolher entre lados opostos, o bem e o mal, o fácil e o difícil. Quero fazer o que não devo, ser o que não posso. Quero amar, quero ser amada na mesma intensidade. Não! Quero ser amada além do que eu imaginaria ser. Por isso não me sustento em coisas medianas, não quero sorrir pela metade, não quero só uma parte de alguém, quero o inteiro. Esperar o tempo agir, fazer como tem de ser feito.
Desenhar meu destino com as cores mais vibrantes, traçar colorido, brincar de pintar. Falar besteiras, inventar verdades, distorcer fatos. Quero ser humana, gente como a gente, gente que ri e de vez enquando finge que ri. Que disfarça as vezes. Que já disse que não, querendo dizer sim. Ou o oposto talvez.

E eu quero. Quero brindar ao encontro da vida, ao erros e acertos, as quedas e reerguidas.


Bárbara M.

quarta-feira, junho 23, 2010

Amor amigo

Quero deixar-lhe, sem muito mais, em poucas palavras, o meu muito sentimento. Amizade, é o que se tem de mais valor no convívio humano. Pois é puro, é gracioso.
E eu vou estar aqui sempre, mesmo me perdendo de vez enquando, mesmo não sendo quem você gostaria que eu fosse. Mas eu vou estar aqui sempre, sempre que precisar, e eu vou sempre sentir que sim, mesmo dizendo não. Por que você nunca vai me perder, mesmo eu mesma não me achando. O meu amor é teu, inteiramente teu. E sem sombra de dúvidas, serei sempre a sua. A sua amiga, amor. <3


Bárbara M.

segunda-feira, junho 21, 2010

Se é pra falar de amor ...

... a gente se desgasta, a gente se destrói. Perde a linha, perde o rumo, perde até mesmo a própria vida. Se é pra falar de amor, a gente se entristece, se engrandece, se alegra. Fala o que não deve, deve falar e não fala. Idealiza demais, sabe de menos. Aumenta os fatos, distorce os atos e enlouquece. Se é pra falar de amor, a gente padece. Esquece os preconceitos, esquece histórias, esquece ideologias. Se é pra falar de amor, a gente se arrepia. Sente sensações estranhas, frio na barriga, aperto no coração. Se é pra falar de amor, a gente dá a mão. Esquece a gente, esquece o mundo, esquece "certos" e "errados". Se é pra falar de amor, a gente segue, deixa levar. Ou melhor, a gente faz.
  Pois o gratificante de tudo isso, é quando se sente, se tem, se faz, se vive e metafóricamente, quando se morre de amor. E não se fala apenas.




Bárbara M.

quarta-feira, junho 09, 2010

Contradizendo

Falo pouco, as vezes muito.
Elogio constantemente, xingo exageradamente.
Amo, odeio.
Quero matar. E também matar de amor.
Quero viver intensamente, morrer em alguns segundos.
Quero voar, quero manter meus pés fixos no chão.
Quero gritar, quero permanecer em meu profundo silencio.
Sou extremamente covarde, as vezes um tanto corajosa.
Devo ser, não devo ser.
Devo querer, não devo querer?
Contradigo demasiadamente, preciso e não preciso. Mas no final preciso! Ou não?
Estou ficando louca ou permaneço sã demais pro meu gosto!
Roo as minhas unhas tentando somente perceber , só uma luz, uma mínima ideia fixa. Não! Preciso de uma ideia completa.
Na verdade, verdade mesmo, tudo que eu quero não é nada contraditor.
Nem é assim um tudo, mas pra mim quer dizer oras!
Não é nada complexo, eu faço ser. Tenho o poder de "complexar" as coisas simples.
Tudo o que eu quero, não é confuso, nem é difícil de entender, não é dito de forma estranha, nem escrito com palavras exageradamente complicadas, que no final quer dizer uma coisa tão na cara.
É simples, fácil e muito rápido de dizer.
Começa com V e termina com Ê, ai no meio a gente coloca O e o C.
Juntando tudo fica assim:  V O C Ê, fácil não?



Bárbara M.

terça-feira, junho 01, 2010

A força do amor

 
   Um garoto e uma garota, dois amigos, sentados no jardim numa tarde fria, relembrando momentos passados, risadas e brincadeiras, todos os seus momentos juntos. Estão um em frente ao outro, mas ela, ao falar não fixa em seu olhar. Ele pergunta-a:
   - Tanto tempo juntos, tantas intimidades, por que não olha-me nos olhos com a mesma clareza que olho nos teus.
  Ela lembra que logo mais ele não estará mais com ela e com o coração disparando, pensamentos atordoados,pensa, repensa, olha para os lados, fala baixinho.
  Ele repete:
   - Responda-me.
   Ela o responde, na incerteza de saber se era essa a última vez que ela olhara fixamente nos seus olhos e disse-lhe:
   - Não o olho nos olhos pois não sou forte o bastante para dizer-lhe tudo que penso; não o olho nos olhos por que meu orgulho predomina sobre minh'alma sem deixar espaço para mais nada; não o olho nos olhos por ter medo que seu olhar me domine intensamente até eu não conseguir me conter e fazer o que não devo. E por fim, não o olho nos olhos por que a força desse meu amor é maior que eu, maior que minha mente e não, eu não poço amar-lhe tanto assim. Prefiro não olhar-lhe para não ter que sentir que não o terei mais por perto.
   Ela da um sorriso, e pede que não a questione, que isso era dela, secretamente a força de um amor que somente ela sentia. Ou pensava que sim.
   Ele a beija e permanece calado por um instante, os dois em profundo silencio. Ele sai e antes, sem muito pensar diz:
   - Boba, olhe para mim. Se antes tivesse feito, sentiria que não é só você que sente isso, que não é só você que tem essa força ai dentro. Talvez não perderíamos tanto tempo nos enganando. Agora é tarde, preciso ir. Mas guardarei isso para sempre, dentro de mim. Saiba que um amor assim, nunca, mas nunca, se esquece. Eu amo você.

   Ele embora foi, e ela ...  ah! ela, não falou, não reagiu, não fez. Ela permaneceu lá olhando para o nada, somente perdida na dor de não ter feito o que o tempo todo, por medo, não fez.


                                - FIM -

Bárbara M.